Café ainda no pilão. ☕️



Nos recônditos da minha memória, um aroma resplandece como um farol no horizonte do passado, guiando-me de volta à infância que floresceu nos campos de café cultivados por meus pais. Cada grão de café, pequeno e modesto, encerra uma história de dedicação e amor pela terra. Antes da torra, eles exalam um perfume puro e inebriante, uma promessa de transformação que está prestes a acontecer.

A fragrância dos grãos de café em sua forma crua é uma sinfonia olfativa de notas terrosas e frutadas. Eles capturam a essência da terra que os nutriu, o mesmo solo que meus pais araram e cuidaram com tanto zelo. Esse aroma transcende o mero sentido do olfato, envolvendo-me com uma tapeçaria de lembranças que têm o calor do sol da manhã e a brisa suave que dança entre as folhas das plantações.

Cada inspiração desse aroma evoca imagens vívidas de minha infância, quando acompanhava meus pais nas tarefas do café. Lembranças de mãos calejadas e sorrisos cansados, mas cheios de orgulho pelo trabalho árduo que realizavam. Os grãos, antes de sua metamorfose na torra, carregam consigo a história de minha família, a perseverança e a paixão que nos uniam.

Aromas têm o poder de nos transportar para tempos e lugares quais não existem mais e o perfume dos grãos de café é como uma passagem para as manhãs frescas nas quais abriamos e a tulha, sentindo o aroma do café ensacado. 

Ao escrever estas palavras, sinto-me conectado não apenas ao legado de meus pais, mas também à rica tradição que é o cultivo de café. Cada palavra que flui neste texto é um tributo a esses grãos que sustentaram minha família e proporcionaram momentos de união. Que a fragrância dos grãos de café, antes da torra, continue a dançar em minhas memórias, preservando a essência das minhas raízes e as histórias que eles contam.

Saudades do terreiro e da "tuia" lotada de sacas de café. Hoje tenho apenas seis plantas em memória do que foi o café nossas vidas. Um para cada membro da minha família: pai Antônio,  mãe Ermelinda e minhas irmãs Gi, Laura, Val e eu. Um brinde à história.

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